terça-feira, 23 de outubro de 2012

Quem são os beduínos?




São um povo nômade que vive nos desertos do Oriente Médio e do norte da África. Os beduínos representam cerca de 10% dos habitantes do Oriente Médio e têm o nome derivado das palavras árabes al bedu ("habitantes das terras abertas") ou al beit ("povo da tenda"). O mais provável é que essa cultura tenha surgido ainda na Antiguidade, no norte da atual Arábia Saudita. A partir do século 7, porém, quando os árabes conquistaram o norte da África, os beduínos se dispersaram também nesse continente. Na Arábia, onde sempre viveram os grupos principais, as difíceis condições de vida no deserto geraram conflitos pelo uso de poços de água e pastagens, levando bandos de beduínos a eventuais ataques a caravanas e outras formas de roubo contra vizinhos e forasteiros. Após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o estilo de vida desse povo começou a entrar em decadência. Submetidos ao controle dos governos dos países onde viviam, eles passaram a enfrentar dificuldades para perambular à vontade como nômades. O número de beduínos diminuiu e hoje o estilo de vida deles é cada vez mais sedentário. Entretanto, a fervorosa adesão ao islamismo e o caráter tribal das sociedades permanece. Cada grupo reúne várias famílias sob a liderança máxima de um chefe hereditário, conhecido como "xeque". As várias tribos também têm status diferentes. Algumas são consideradas "nobres", porque teriam importantes ancestrais. Outras, "sem ancestrais", servem as de maior status, com seus membros atuando como artesãos, ferreiros, artistas ou fazendo outros tipos de trabalho.
fonte: http://mundoestranho.abril.com.br


Experimente a rotina nômade em um acampamento na Tunísia

Caio Vilela
Do UOL, em Tunis



Um suave sopro de areia espalha um cheiro doce na alvorada. Faltam poucos minutos para o sol nascer. O frio é intenso e o ar espantosamente úmido no oásis de Ksar Ghilane, coração do Saara, 590 km ao sul de Tunis.

Fora da barraca aquecida, um aroma misterioso e confortante toma conta do acampamento, e invade os pulmões com um imediato bem estar. "Ah, le parfum de l´oasis"- murmura Mahmoud, respirando fundo e aproximando-se com dois de seus dromedários - não tão cheirosos - para logo depois fazê-los agachar com um comando de voz. Com a (surpreendente) sensibilidade de um tuareg, ele resume a poesia existente na rara presença de água no deserto. O poço da nascente, rodeado por palmeiras carregadas de tâmaras, mais parece uma miragem sobre a infinidade de dunas.
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Experimente a rotina nômade em um acampamento na Tunísia





Foto 15 de 19 - Vista noturna do acampamento Pansea, próximo ao oásis Ksar Ghilane, na Tunísia Caio Vilela/UOL


Não é surpresa que esta paisagem tenha inspirado tantos escritores de língua árabe, e servido de cenário para produções cinematográficas como “O Paciente Inglês”, de Anthony Minghella em 1996. Descrever a vida no deserto do Saara desafia igualmente os autores ocidentais que o visitaram e demonstram, com unanimidade, respeito e fascinação em seus relatos, desde as histórias de Mark Twain até o "O Céu que nos Protege" de Paul Bowles. E a soma das menções literárias consagrou estereótipos que até hoje permanecem no imaginário popular.

Filho e neto de comerciantes de animais, Mahmoud conhece as nuances climáticas e os caminhos sobre as dunas como ninguém. Herdeiro de tradições tuaregues - o mais bravo dos povos que habitam o Saara - graças às suas habilidades trabalha hoje como guia em um acampamento de luxo que recebe jipeiros de passagem e turistas em busca de uma experiência autêntica e segura no deserto.

Hospedados em barracas climatizadas, equipadas com banheiro e cama de verdade, os turistas repousam em verdadeiras bolhas de conforto isoladas do ambiente natural inóspito. Após um desjejum feito com chá, tâmaras e o pão achatado típico dos beduínos, o encontro com o guia acontece na última sombra do oásis, onde os animais esperam arriados. Tocando quatro dromedários montados por dois casais de franceses, o veterano tuareg deixa o conforto térmico do oásis para trás e segue rumo ao sol nascente. O objetivo do dia é visitar dois “ksares” - fortalezas construídas por beduínos no século 16 para armazenar alimentos durante longas jornadas pelo deserto – e voltar na hora do almoço.

Ksar Ghilane oferece uma experiência além da superficial oferecida pela rota turística tradicional. Na periferia da cidade de Douz, a 450 km de Tunis, turistas pagam em torno de dez euros para dar uma voltinha de meia hora nas dunas e tirar uma foto sobre a corcova de cansados animais. Não que a região de Douz não mereça visita: com o título de “porta de entrada oficial” do Saara tunisiano, a cidade construída no limite entre o deserto e a civilização está na rota porque merece. Em fins de dezembro, a região sedia um festival anual que reúne tuaregues, beduínos e bérberes de todos os países saarianos. Mas a visão da salada de estrangeiros montados sobre dromedários em fila indiana todos os dias no entardecer acaba com aquele delicioso espírito explorador (pode chamar de ilusório, vale mesmo assim) que a exclusividade garante. Ksar Ghilane está para Douz assim como Fernando de Noronha está para o Guarujá.

Mas apesar de seu inquestionável poder de fascínio, o deserto não é o principal motivo que atrai turistas à Tunísia. Visitantes - europeus, na maioria - desembarcam diariamente no modesto aeroporto de Tunis com outros objetivos. Cultuar o sol em Sousse, Hamammet, e outros balneários espalhados ao longo da extensa costa mediterrânea parece ser o principal. Mas muitos também vêm para perder-se na colorida medina da capital, conhecer sítios históricos dos navegadores fenícios e ruínas romanas em Cartago e Dougga, namorar em idílicos vilarejos litorâneos e experimentar um contato com um universo islâmico light. A vocação turística do país também se faz evidente no sorriso franco de seu povo, nas compras baratas e na espantosa variedade de paisagens, encontrada em um território pouco maior que o estado de São Paulo. Talvez penetrar fundo no Saara seja a mais real e autêntica experiência das oferecidas pelo variado menu de atrações turísticas da Tunísia. Mas certamente não é a única.




Em região próxima ao oásis de Ksar Ghilane, na Tunísia, o deserto cria curiosas paisagens
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O BÁSICO
Informações turísticas: ONTT, o órgão nacional de turismo -www.cometotunisia.co.uk

Documentos: O país não exige visto para brasileiros nem vacina de febre amarela, apenas passaporte valido por, no mínimo, seis meses

Como chegar: Uma conexão na Europa é necessária. Os vôos mais curtos e econômicos são via Roma ou Paris.

Operadoras com pacotes para o destino: Poucas operadoras brasileiras vendem Tunísia e a maioria tem apenas um tipo de pacote: tours rodoviários que percorrem o país visitando os maiores pontos de interesse. Em uma semana se conhece boa parte deles. E em duas, praticamente o país inteiro, graças às distâncias curtas e a facilidade de locomoção.
Especializada em Tunisia, a agência HR Turismo (www.destinotunisia.com.br ) vende o trivial e também viagens mais customizadas, entre elas o Pansea e em outros acampamentos de luxo no Saara. Outras opções são a New Age (www.newage.tur.br ), a RCA Turismo (www.rcaturismo.com.br ), a Tchayka (www.tchayka.com.br ), a Climb (www.climb.tur.br ) e a Queensberry (www.queensberry.com.br )

Onde ficar
A maior cadeia de hotéis do país está presente - e geralmente oferece a melhor opção de hospedagem - na maioria das cidades do interior.
Golden Yasmin Hotels
www.goldenyasmin.com

Acampamento no deserto de Ksar Ghilane
Pansea
www.pansea.com

fonte: http://viagem.uol.com.br/

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